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A Ciência por trás da Organização

 

Que a organização promove sensações de satisfação e bem-estar nós sabemos, percebemos
isso no nosso cotidiano. O meu convite neste texto é analisarmos o bem-estar promovido pela
organização sob a ótica da neurociência.

Ao longo dos meus 10 anos de atuação como personal organizer, o impacto da organização nas
emoções humanas despertou minha curiosidade. Isso me levou a pesquisar sobre o assunto e
assim descobri a Neurociência e o curso Neurociências e Psicologia Aplicada, cujo enfoque foi a
neuropsicologia que estuda a relação entre cérebro e comportamento.

Para entendermos os padrões de comportamento, é importante entendermos a evolução do
cérebro humano.As prioridades dos nossos ancestrais eram as necessidades básicas: alimentar, reproduzir, fugir, buscar segurança. A partir das necessidades emergenciais básicas originou-se o sistema límbico que gera satisfação instantânea mediante comportamentos que suprem as
necessidades.

Já o córtex pré-frontal, região do cérebro responsável pelas funções executivas como
pensamento, raciocínio, compreensão da linguagem, planejamento, comportamentos
adequados, autocontrole, evoluiu mais tarde, acompanhando a evolução humana.

Pelo fato do sistema límbico ser mais antigo, ele é mais forte.
Isso explica o fato das pessoas estudarem para a prova em cima da hora, preferirem assistir a
um filme a redigir um relatório importante e, ainda, terem preguiça de organizar o próprio
armário. Atividades que provoquem prazer imediato (sistema límbico) sempre terão
preferência. Atividades racionais (córtex pré-frontal) exigem esforço e disciplina.
Durante o curso, eu selecionei as informações que considerei mais pertinentes à área de
atuação das personal organizers. Seguem os três tópicos:

Organização e Atenção- o impacto dos excessos na manutenção do foco.
Organização e Padrões- a obsessão do cérebro em poupar energia.
Organização e Hábitos- a capacidade do cérebro de se adaptar.

 

ORGANIZAÇÃO E ATENÇÃO – O IMPACTO DOS EXCESSOS NA MANUTENÇÃO DO FOCO.

A função dos nossos sentidos – visão, audição, tato, olfato e paladar – é nos colocar em contato
com o que acontece à nossa volta e a quantidade de informações captada pelos nossos
sentidos é enorme!

A habilidade do cérebro de processar informações é gigantesca, porém limitada, por isso
somos dotados da capacidade de selecionamos o que é mais relevante.
Se o ambiente tem muitas coisas relevantes, significa que estamos estimulando
constantemente a nossa mente mesmo sem prestar atenção diretamente. Excesso e
desordem são lembretes visuais que esgotam nossos recursos cognitivos – aprendizagem,
atenção, memória, raciocínio, tomada de decisão, dentre outros.

Se o excesso e a desordem sobrecarregam o cérebro e dificultam foco e concentração, a
limpeza e a organização ajudam a manter a atenção no que realmente importa e aumenta a
eficiência.

 

ORGANIZAÇÃO E PADRÕES – A OBSESSÃO DO CÉREBRO EM POUPAR ENERGIA.

Padronização e movimentos automáticos são maneiras que o cérebro utiliza para poupar
energia. Logo, inconscientemente, nós buscamos padrões.
Quando criamos padrões facilitamos o processamento das informações no cérebro pois o
esforço consciente é menor e a situação fica mais confortável.
A padronização e a categorização, técnicas usadas pelas personal organizers, podem reduzir o
estresse e proporcionar sensação de calma e controle. Essas técnicas criam situações mais
previsíveis dentro dos ambientes facilitando o processamento de informações e melhorando a
eficiência mental.

 

ORGANIZAÇÃO E HÁBITOS – A CAPACIDADE DO CÉREBRO DE SE ADAPTAR.

Neuroplasticidade é a capacidade do cérebro em se moldar e se adaptar a novas experiências
e padrões. A formação de hábitos está diretamente ligada à capacidade do cérebro de se
reconfigurar. Quando repetimos uma ação com frequência, as conexões neurais associadas a essa ação se tornam mais fortes, tornando o comportamento automático ao longo do tempo.

Esse processo ocorre porque o cérebro busca eficiência, criando “atalhos” que facilitam a
execução de atividades sem a necessidade de esforço consciente.

Ao formar novos hábitos, o cérebro está literalmente alterando sua estrutura e fortalecendo
redes neurais associadas ao comportamento repetido. Da mesma forma, eliminar hábitos
antigos ou prejudiciais exige o enfraquecimento dessas conexões, o que também depende da
plasticidade neural.

A organização nos ajuda a desenvolver novos hábitos através do planejamento e da rotina.
Rotina é o conjunto de atividades estruturadas e realizadas regularmente.
Hábito é uma ação repetida de forma automática e consistente dentro de uma rotina.
Planejamento é o ato consciente de organizar tarefas e estabelecer metas e objetivos.
O planejamento oferece direção e propósito. Os hábitos e a rotina garantem a execução.
Entendendo que o cérebro busca otimizar energia para poupar esforço consciente, a
organização surge como possibilidade real para ajudar neste processo.

O ambiente organizado cria situações previsíveis e confortáveis, isso destressa o cérebro e
acalma as pessoas provocando sensação de bem-estar.

Quem está em um ambiente organizado se sente livre para relaxar, se concentrar, produzir e
tomar decisões.

Para saber mais, só me encontrar nas redes sociais.

Um abraço:

Cristina Dumont

@cristinadumont

LinkedIn: https://www.linkedin.com/in/cristinadumont/

Serviço: Palestras corporativas sobre “O Poder da Organização”